Correndo no quintal de casa como não fazia a muito tempo. Gostava de brincar de pega pega. De repente parou e agachou. Viu o quintal de casa da mesma perspectiva que via quando tinha seus cinco anos.
Do tempo e do espaço surgiu uma fenda, e o quintal parecia ser o mesmo de 1996.
Agora tinha os cabelos mais louros, tinha corpo de criança, mãos sem esmalte e dentes de leite.
A moça era menininha novamente. Viva!
Saiu correndo pelo quintal e nossa! Como o quintal de casa era imenso! Ela corria corria e o quintal parecia não ter fim!
E então lembrou-sa da balança! Ah, a balança da goiabeira!
E desceu correndo os três degraus que levavam-na ao seu paraíso verde e inspirador.
Brincou na balança, correu por entre as azaléias, apanhou jaboticabas mas não as comeu, nunca gostou muito de jaboticaba.
Entrou no porão e brincou com os brinquedos empoeirados, imaginou como seria bom ter uma escola de teatro lá, mas logo se esqueceu e foi brincar de novo.
Ela correu, pulou, rolou, deixou no chão do quintal e ficou observando o encontro das senhoras nuvens brancas no céu azul. Viu um baile nefelibata se formar e depois sumir com o soprar do vento.
E então ela fechou os olhos e voltou.
Voltou ao seu corpo de hoje, o corpo que com certeza não é de uma criança. Ollhou para suas mãos, é elas tinha as unhas grandes e com esmalte cor de rosa. Passou a mão em seu rosto, não era mais uma menininha e nem tinha mais dentes de leite.
Mas a fenda no tempo e no espaço a levara pra um lugar muito especial, um lugar mágico,intenso e vivo, vivo dentro do coração daquela moça, daquela moça que dentro de si, no mais íntimo do âmago, no fundo do coração, conservava e guardava com todo amor a menininha tinha sido.
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