quarta-feira, 28 de abril de 2010

Aí sim fomos surpreendidos!

Nós estávamos os três sentados, esperando a vez da mamãe.
Ou melhor, nós estávamos os quatro sentados, esperando a vez da mamãe.
Foram chegando mais e mais pessoas, todas elas barrigudas ou barrigudinhas.
" Vai buscar um copo de suco pro nenê mexer."
Suco beeem doce de caju, a mamãe tomou tudo, deu até pra mastigar os pedacinhos de açúcar do fundo do copo.
Uma mulher era chamada, depois a outra, a outra e nós? É, nós fomos passados pra tras umas duas vezes, mas parece que essas coisas só acontecem quando estamos ansiosos.
O Ro estava nervoso, tenso. Andava de um lado para o outro, parecia que ele estava na sala de espera do hospital já, aguardando a enfermeira botar a cabeça na porta e dizer sorrindo " Nasceu!".
Mas não, até lá temos pelo menos cinco meses. Fico imaginando quando chegar o dia tão esperado, não sei se entro com a mamãe ou se fico ajudando o Ro a segurar a ansiedade. (risos)
A espera quando a gente tá esperando é sempre mais esperada, entende?
E a vida guarda mais surpresas pra gente do que a gente pode imaginar.
Fomos chamados e seguimos em fila indiana, mamãe, eu e o Ro até a sala da Dra Denise.
O sofá branco foi o refúgio da ansiedade. Sentamos eu e o Ro. A mamãe ficou deitada enquanto a Dra Denise procurava o que nós esperávamos tanto.
" Vem aí uma garotinha!"
AÍ SIM FOMOS SURPREENDIDOS!
Foi uma risadeira só! Nossa, que surpresa!
Eu segurava o choro com o riso de alegria e de novidade!
A mamãe ria feliz e surpresa. O Ro chorava de emoção.
Dra Denise olhou de novo, e era isso mesmo: ME-NI-NA!
Somos muito sugestionáveis, e quando o palpite é um "palpite especializado" a gente acaba adotando como verdade. Mas mesmo sendo "especializado" é só um palpite.
E graças a tecnologia já soubemos que o bebê que a mamãe traz no ventre é uma menininha!
Agora começa a Epopéia dos Nomes, mas isso é assunto pra outro post!
Felicidades pra nós, muita saúde pra nossa princesinha e pra mamãe, e amor... Bom, amor a gente tem de sobra!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Um passeio pelo quintal

Correndo no quintal de casa como não fazia a muito tempo. Gostava de brincar de pega pega. De repente parou e agachou. Viu o quintal de casa da mesma perspectiva que via quando tinha seus cinco anos.
Do tempo e do espaço surgiu uma fenda, e o quintal parecia ser o mesmo de 1996.
Agora tinha os cabelos mais louros, tinha corpo de criança, mãos sem esmalte e dentes de leite.
A moça era menininha novamente. Viva!
Saiu correndo pelo quintal e nossa! Como o quintal de casa era imenso! Ela corria corria e o quintal parecia não ter fim!
E então lembrou-sa da balança! Ah, a balança da goiabeira!
E desceu correndo os três degraus que levavam-na ao seu paraíso verde e inspirador.
Brincou na balança, correu por entre as azaléias, apanhou jaboticabas mas não as comeu, nunca gostou muito de jaboticaba.
Entrou no porão e brincou com os brinquedos empoeirados, imaginou como seria bom ter uma escola de teatro lá, mas logo se esqueceu e foi brincar de novo.
Ela correu, pulou, rolou, deixou no chão do quintal e ficou observando o encontro das senhoras nuvens brancas no céu azul. Viu um baile nefelibata se formar e depois sumir com o soprar do vento.
E então ela fechou os olhos e voltou.
Voltou ao seu corpo de hoje, o corpo que com certeza não é de uma criança. Ollhou para suas mãos, é elas tinha as unhas grandes e com esmalte cor de rosa. Passou a mão em seu rosto, não era mais uma menininha e nem tinha mais dentes de leite.
Mas a fenda no tempo e no espaço a levara pra um lugar muito especial, um lugar mágico,intenso e vivo, vivo dentro do coração daquela moça, daquela moça que dentro de si, no mais íntimo do âmago, no fundo do coração, conservava e guardava com todo amor a menininha tinha sido.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Laranjas no chão


Eu derrubei uma laranja no chão. Laranjas quando caem no chão ficam "passadas". Não é assim que se diz?
Houve um tempo que aqui na minha casa só tinham laranjas passadas. E você deve estar pensando que na minha casa existem muitas pessoas desastradas como eu que ficam derrubando as pobres frutinhas no chão. É, pode até ser, mas na verdade as laranjas ficavam passadas porque quando o Guigui, meu priminho, aprendeu que a laranja tinha o formato de uma bola, na hora do almoço ele ficava jogando as laranjas no chão.
Tá, mas o que eu quero dizer com toda essa epopéia cítric
Também não sei ao certo o que eu quero dizer com tudo isso, mas quando eu vi aquela laranja rolar no chão e quando eu a peguei novamente um filminho passou na minha cabeça como um flash.
Existem coisas tão banais na vida da gente, que a gente não dá importância mesmo. Mas conforme a gente cresce e muda, essas coisas banais passam a ter algum sentido, e quando uma laranja cai no chão, algumas coisas que antes eram sem importância e não tinham o menor sentido ganham o seu devido valor. E filmes passam pela minha cabeça, filmes coloridos e belos, cheio de personagens amados e laranjas rolando pelo chão da cozinha.
Agora as laranjas da minha casa não são mais passadas. O Guigui cresceu e já não dá tanta importância pro formato de bola delas, na verdade ele prefere brincar com uma bola de verdade.
Ele, a Laura já estão falando. O meu irmão já tem 12 anos. E minha mãe está grávida.
O tempo corre enquanto estou longe. Mas ele já corria antes mesmo de eu nascer. Fui eu quem me dei conta de que o tempo não é nada palpável, ele se esvai pelas minhas mãos quando tento pegá-lo, é como água corrente da torneira, que vai passando e nunca conseguimos segurá-la de fato.
Na verdade só queria falar um pouco, na verdade escrever.
Pra alguns de vocês a epopéia das laranjas passadas pode não fazer sentido algum. E se isso acontecer é porque vocês deixam passar algumas coisas que tem muito valor, despercebidas.
Não sou a pessoa mais correta do mundo, nem nada disso, não quero dar lição de moral em ninguém, mas eu acredito que a gente só pode falar de alguma coisa com alguma certeza quando já passou por ela.
O tempo está passando e eu estou percebendo. As linhas do meu rosto de menina foram embora. Os meus pequeninos já estão falando, o meu irmãozinho já é mais alto que eu, e o bebê que nós sonhávamos já está a caminho.
A vida é movimento, então se eu puder dizer algo é: cuidem daqueles que vocês amam, olhem para eles, aproveitem cada instante. Porque daqui a pouco os bebês já terão crescido e não vão mais jogar as laranjas no chão.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eu e o Jornalismo

É uma coisa estranha essa minha relação com o jornalismo.
É quase um karma, uma sina. É um misto de amor profundo e sentimento de raiva esporádico.
Muitas vezes me pergunto: O que estou fazendo aqui?
E a minha resposta vem sempre derrubando e atropelando a pergunta. Não é uma resposta falada, não é caso pensado, é a resposta sentida. E essas são sempre as mais profundas que teremos em nossas vidas.
Sim, eu amo essa rotina louca, esse tempo tão curto do cotidiano jornalístico!
"Oi, eu acabei de entrar na redação e noossssa já são quatro da tarde!"
Frases como essa são clichês no meu dia agora.
Não me vejo fazendo outra coisa. Eu gosto, ou melhor, sou apaixonada! Me dedico, me doou, estremeço quando alg pode dar errado mas vibro intensamente quando ele dá certo.
É assim, um misto de glórias efêmeras e frustrações certas. Mas e daí?
Não tem sono melhor que o sono do dever cumprido!
Não tem sensação melhor do que aquela que a gente sente quando faz o que gosta.
E na verdade eu nunca tive muita escolha, porque desde muito pequena eu me via jornalista.
E agora aqui estou eu, me construindo, me lapidando, realizando o que antes era apenas um sonho.
Vou segura, com fé no que sinto, fé em mim mesma,guiada pelo meu coração e principalmente por Deus.
Que Jesus seja sempre minha luz e meu guia, que meus mentores e anjos me deem forças e me esclaresçam nessa jornada, e que minha família e meus amigos continuem sendo meus incentivos!
E lá vamos nós, eu e esse meu amor louco, minha paixão desvairada, meu caso mais casto e mais puro, o misto mais intenso de sentimentos, minha força motriz constante, caminhando juntos, nos amando e nos estapando com carinho, Eu e o Jornalismo!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Crescendo...

Crescer é algo estupidamente duro. Uso essa expressão porque por mais que as etapas do crescimento sejam divididas, a gente só dá conta do que é crescer depois que cresceu.
É rápido e bruto. Assim como um tapa, assim como acordar com um balde de água fria quando se está dormindo numa cama quentinha e sonhando com o mundo encantado.
A gente se dá conta que cresceu quando se pega andando sozinha, pensando que depois da aula a gente precisa cuidar da casa, estudar, ligar pra fulano, falar com beltrano, cuidar de si, e opa... cresci?
É...cresceu.
Sinto informar.
E você corre pro quarto procurar suas bonecas e elas não estão lá, primeiro porque você não está em casa, depois porque suas bonecas, barbies e panelinhas foram substituídas por cadernos, livros, vassouras, panelas de verdade, matérias, pautas, fontes, personagens.
Falando assim parece duro mesmo. E não vou negar, é duro sim.
Mas é claro que Deus, em Sua Bondade não nos faria passar por isso se não fosse necessário e também se não tivesse seu lado bom.
Alguém já disse " Tudo tem sem tempo" e realmente não dá pra ficar brincando de casinha quando um mundo lá fora chana por você. Mais que isso, não dá pra ficar brincando quando a voz dentro de você insiste em falar alto, gritar e te levar por caminhos que você jamais imaginou andar, mas que você vai, muitas vezes no escuro, mas a voz dentro de você ilumina qualquer viela, qualquer medo, qualquer possibilidade de desistência.
E voce segue confiante.
Você se vê diferente, vê seus traços se transformarem com a sua mudança e passa a gostar.
E sabe aquele mundo que você idealizava, aquele mundo lindo com o trabalho que você sonhou, a familia, a realização, as viagens? Pois é, ele começa a ganhar forma. Um tijolinho de cada vez. É claro que a vida dá os acabamentos que necessitamos, mas tudo parece possível. E um mar de possibilidades, o futuro se abre diante dos nossos olhos.
O passado ganha as suas cores devidas, e dá vez pro novo, pro aqui e agora.
E você se faz como pessoa, como individuo, como cidadão, como humano, como espirito, como alma.
É, crescer não é tão ruim assim, e cada fase de nossas vidas tem o lado bom e o lado ruim, na realidade é tudo questão de ótica: tem o lado que a gente precisa aprender e o lado que a gente quer aprender.
E a vida ensina os dois...
Obrigada Vida, Obrigada Deus, Obrigada Família e Amados!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Frio da Paulista

Mais uma vez volto para lá, aquele lugar tem cheiro de liberdade, independência, confiaça em si mesmo.
Oi, Avenida Paulista, eu voltei!
O vento gelado batia em meu rosto, tão gelado quanto o vento da minha terrinha. As pessoas bem agasalhadas tinham seus cabelos jogados para tras e os olhos apertadinhos. Vento forte. Eu gosto de ventos assim.
Eles tiram de nós as nossas angústias e mágoas, e levam para um lugar distante, onde elas são convertidas em flores.
Em busca do bendito (pra não amaldiçoa-lo) jornal Zero Hora eu entrei em três bancas. E na banca da Gazeta eu o encontrei! Bingo!
Obrigada Papai do Céu, o Senhor é muito bondoso comigo!
Encomendei e pronto, missão cumprida.
Tão rápido que nem deu pra sentir o gostinho de estar lá. Então sai andando. A chuva deu o ar de sua graça, e com o vento forte, torcia e retorcia os guarda-chuvas de todo mundo. Para atravessar a rua me confrontava com uma porção deles, parecia até um musical da Broadway, Dançando na Chuva!
Caminhei até a estação Brigadeiro e de lá iniciei meu caminho de volta pra casa.
Dava tempo de ter tomado um cafézinho...rs
Agora estou em casa, escondida do frio e com uma doce e agradavel sensação de vida! É isso mesmo, eu vivo! Vivo e me faço viver, corro, vou atrás do que eu quero. Sigo meu coração, ele sabe por onde devo andar!
A minha jornada por aqui está se tornando cada vez mais gostosa, e já está ficando fácil voar por entre os edificios de São Paulo!
Obrigda a todos que me acompanham e me dão forças. Nada disso seria possível sem vocês!
Beijos e Fiquem com Deus!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ópera

A ópera, o palco, a soprano, os corações.
Um cenário que se monta na mente ao mínimo timbre.
A voz toca e desperta algo guardado no fundo da memória.
Um baú de vidas e sentimentos é remexido,
e o que era preto e branco ganha cores vivas.
Pianos, pompa, amor e cortinas vermelhas.
O brilho no colo das mulheres
O dinheiro no bolso dos homens
Sorrisos, farsas, promessas
O barítono, a vida, a verdade.
Jogos, intrigaa, paixões
Juras, castidade, mansões
Os olhos fitam o teatro
à procura de alguém que prometeu estar lá
E está. Não sabe da existência desse sentimento
E a voz afinada da soprano abafa as lágrimas
E a ópera canta o amor.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

De todo o coração!

Hoje o Sol nasceu tímido e pálido. As nuvens encobrem parte do céu. Ora ou outra um raio alcança mais que os outros, um feixe, mas não se atreve a extravasar e chamar a atenção. Ele sabe que hoje o luto toma conta de nossas cabeças.
Eu achei que hoje amenheceria chovendo, caindo o mundo, como uma chuva de dor e tristeza que lembra o dia em que você padeceu por nós.
Mas você é bom, você sabe que apesar de muitos de nós estarem regozijando o feriado benvindo, descansando em seus lares, outros, estão pegando na enxada, levantando cedo como nos dias normais, pegando o caminho das pedras pra conseguir o pão de cada dia. Você sabe que muitos terão que pegar ônibus, andar quilômetros, aguentar mais um dia de trabalho duro apesar do luto que vai em seus corações.
Você não desampara ninguém. E mesmo quando deixa a chuva cair alguma razão tem. Você é o Senhor da Vida.
Eu prefiro não lembrar desse dia com todos os seus detalhes. Alguns tem que assistir filmes, ver missas e afins pra se lembrar que você se sacrificou por nós. Eu respeito a verdade alheia, mas eu não preciso disso.
Basta acordar e sentir o coração coberto do manto do luto, sentir o choro embargar as palavras que escrevo pra saber de tudo que se passou num dia como este.
Pode até ser que não tenha sido esse dia necessariamente, mas a representação dele é forte demais, e não tem ignorar as orações que se levantam à ti.
Você foi o Mestre dos Mestres, Piedoso, Caridoso, o mais Amoroso que podia existir.
E mesmo sabendo de tudo que você passaria, mesmo sabendo que muitos de nós não compreenderiam ou ignorariam a tua mensagem, você se deixou ferir e morrer, por amor a nós!
Que nesse dia triste as luzes de todos os Globos possam ter mais forças para orar por ti, e principalmente pra repensar em tudo o que você passou e fez por nós!
Embora tudo pareça tão triste e as vezes perdido demais, saiba que o Seu Evangelho é mais forte e a Força do Seu Amor é que move a Terra e nossos corações! Tudo o que você nos disse perpetua e ecoa com força por todas as camadas e nós sabemos que um Tempo de Amor e Glória se aproxima do Nosso Globo!
Receba as nossas humildes homenagens e nossos miseráveis sacrificios de hoje com muito amor! Nós te louvaremos com toda força que há dentro de nós, pois sabemos, Você é a Verdade, o Amor e Vida, Jesus!