quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deixa que EU dirijo!


No auge da minha indignação eu venho aqui concretizar a minha teoria: " Por trás de uma mulher barbeira, há sempre um pai que grita!".
Nós mulheres somos crucificadas com a famosa frase " Mulher no volante, perigo constante.", somos taxadas de barbeiras e paramos o trânsito não por nossa beleza, mas pela nossa falta de capacidade ao volante!
Francamente!
Não é a primeira vez que eu ouço histórias de mulheres que dirigiam mal na frente do pai. Perto da mãe, junto das amigas era tudo flores, mas quando a figura paterna entrava e se assentava no banco do passageiro, com aquele olhar de "você vai errar", era batata! A pobre coitada assassinava o Código de Trânsito Brasileiro, furava o semáforo, subia na guia, deixava o carro morrer, quase batia o carro, entre outras catástrofes que acontecem, eu disse acontecem quando estamos dirigindo na companhia de nosso querido pai.
Minha professora de CFC contou que pra piorar a situação o pai dela era instrutor de trânsito, e que quando estava sem ele, ela até que dirigia bem, mas quando o pai entrava no carro, ela cometia barberagens homéricas, como quase entrar dentro de uma agência bancária com o carro!
Quando eu ouvia essas histórias, eu até pensava que poderia ser generalização, e eu detesto generalização.
Quando comecei a dirigir, meu pai foi muito paciente. Não tinha do que me queixar.
Hoje eu percebi que não é lenda urbana, é a mais pura verdade!
Eu tenho carta de motorista, aliás, permissão para dirigir há dois meses e nunca fiz grandes barberagens. Sempre tive cautela, nunca subi numa guia, nem sai cantando pneu no meio da rua.
Hoje eu fui com o meu pai buscar o meu irmão, e a cara de "poucos amigos" que o meu fez quando pedi pra ir dirigindo já me deu uma prévia do que aconteceria.
Fui conversando com ele, tentando quebrar o gelo, mas ele era irredutível, parecia um instrutor careta e velho ensinando uma patricinha desligada a dirigir. Me falava de tudo que eu tinha que fazer, coisas que eu já sabia, mas ele enfatizava e sua voz soava um grande desconforto.
Daí só pra pior. Gritou comigo, mexeu no volante porque ele achou que eu fosse bater o carro, enfim...
Eu não estou aqui pra crucificar meu pai, eu só estou aqui concretizando a minha teoria.
Nós mulheres, nós sabemos dirigir sim! Mas o que nos faz tremer na frente do volante são as vozes graves de nossos pais, irmãos, namorados, maridos, que tem a plena convicção que sem os gritos deles só iremos fazer uma bela duma cagada no trânsito!
Eles tem que gritar!
Mas será que eles já experimentaram ficar quietos e observar o resultado?
Então, homens que estão lendo esse texto, não gritem com suas filhas, suas mulheres, suas qualquer-coisa que estiverem ao volante! Um grito de vocês pode trazer um belo medo de dirigir e até mesmo anos de terapia para nós, pobres mulheres injustiçadas no trânsito, só porque somos MULHERES!
E tenho dito!

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