quarta-feira, 14 de julho de 2010

Epopéia das asas


O tempo passou depressa. Depressa demais pra quem não sentiu.
Eu não senti.
E já estou a uma semana da minha vida de gente grande. É, gente grande!
Meu primeiro emprego, com carteira assinada e tudo mais.
Trabalhar e estudar. Antes essas duas possibilidades pairavam nos meus pensamentos, eu ficava imaginando como seria morar fora, fazer faculdade, trabalhar com o que eu queria.
Mas sem que eu pudesse pensar mais ou simplesmente parar pra pensar, o tempo passou.
São quase duas e meia da manhã. O sono não vem e um turbilhão de sentimentos invadiu meu coração e meus pensamentos, como um carro desgovernado que bate no muro de uma casa. O muro cai, porque era de açúcar e confeitos.
Você pode pensar que eu estou fazendo drama, você deve pensar "ah, mas tudo mundo trabalha e estuda, é a realidade", mas eu não gosto do que vocês chamam de realidade. Não gosto desse papo de crescer rápido e sem tempo.
Eu chorei a última vez que tentei brincar de Barbie e não consegui, e eu já devia ter meus 13 anos.
Crescer é duro, crescer é bruto.
É como um passarinho que mal saiu do ovo e de repente se depara com um enorme precipicio, no qual ele terá que se atirar pra impulsionar seu voo.
Ao mesmo tempo que dá muito medo e você sente que não tem asas fortes o bastante, voar pode ser maravilhoso.
Então você não pensa muito e simplesmente abre suas asas pro mundo.
Não dá mais tempo de ficar no ninho, no aconchego das asas da sua mãe, esperando que ela faça tudo por você. Você já não cabe mais no ninho, e tem um outro ovinho ali e que precisa um pouco mais das asas da mãe e do ninho do que você.
A gente sabe que o ninho sempre será o nosso ninho, que ele sempre estará ali quando nossas asas se ferirem, ou quando simplesmente, precisarmos de aconchego e repouso.
Mas chega uma hora da vida que temos que ir em busca dos nossos próprios sonhos, aqueles que nos deram coragem pra abrir as asas, hoje chamam por nós em algum lugar do mundo!
E não adianta a gente fingir que não escuta, que não existe, porque o nosso coração sabe da onde vem o chamado e ele só se aquieta quando vamos em busca do que está faltando.
Se a gente não voa, as asas atrofiam e o coração amargura.
Cada um voa da sua maneira, seja para fora ou para dentro, mas todos voamos.
Não é fácil crescer...
Mas a gente cresce!
E por mais difícil que seja, nós sabemos que nunca estaremos sozinhos, e que aqueles que amamos, seguem conosco, impulsionando as nossas asas, dentro de nossos corações!
Que tudo aquilo que eu acredito, que tudo aquilo que eu mais tenho fé esteja comigo e me dê forças para que eu possa voar!
Que a chuva não me intimide, que os trovões não me façam estremecer.
Que o Sol seja meu alento e a as estrelas minhas parceiras.
Que Deus fortaleça minhas asas e meu coração!
E voe aquele que tiver asas!
Porque voar pode ser maravilhoso...

domingo, 11 de julho de 2010

A melhor parte de mim

Quando os sonhos começam a se tornar realidade, quando planos começam a se concretizar, quando começo a crescer de verdade o medo de me perder pelo caminho é grande.
Onde me apegar quando as minhas bases balançarem, onde posso olhar pra me ver refletida, ver quem eu sou de verdade?
Como não deixar que as mentiras e as vaidades que existem façam de mim uma pessoa diferente, pequena e medíocre?
Onde devo buscar segurança pra não me desviar do que eu realmente acredito?
E se um dia o glamour e o sucesso baterem a minha porta, como não me deixar envaidecer demais por eles, como não me contaminar?
Como mudar, mas sem mudar o que tenho de melhor?
Onde devo me apegar, em que mão eu devo segurar?
Onde devo me encontrar quando tudo parecer nada?
Hoje eu estava vendo fotos aqui no computador e pensando em tudo isso. De repente eu vi uma foto e meu coração encontrou todas essas respostas.
Todas essas respostas em uma só foto:




Essa sou eu. Mini eu (risos). Eu pequenina.
E é nessa menininha, nessa pequenina que ainda vive em mim, que faz bater forte meu coração, que resistiu ao tempo e a idade, é nela que eu vou me apegar.
Porque é ele que faz com que eu siga o meu coração!
É ela que me faz tomar as atitudes certas e fazer as melhores escolhas.
E quando eu me perco, é nela que eu me reencontro.
É nas suas mãozinhas pequeninas que eu vou segurar quando tudo balançar.
É para ela que eu vou olhar quando quiser me ver de verdade.
É nela que vou buscar segurança.
Porque ela é a melhor parte de mim. A parte mais pura e mais sincera.
Mais verdadeira, mais ela do que qualquer outra coisa.
Meu pedacinho mais cheio de fé, de amor, de coragem.
Mais corajosa e cheia de propósito do que três de mim.
Mais viva, mais ativa, mais lúcida.
Mais cheia de imaginação, de saídas mágicas, de passagens secretas.
Mais cheia de castelo, poderes encantados, princesas, sonhos, amores e vida.
É o pedaço mais meu e mais eu que existe!
E quando tudo parecer nada, quando me sentir sozinha, perdida e sem rumo, basta olhar pra dentro de mim, e essa pequenina vai me guiar!



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deixa que EU dirijo!


No auge da minha indignação eu venho aqui concretizar a minha teoria: " Por trás de uma mulher barbeira, há sempre um pai que grita!".
Nós mulheres somos crucificadas com a famosa frase " Mulher no volante, perigo constante.", somos taxadas de barbeiras e paramos o trânsito não por nossa beleza, mas pela nossa falta de capacidade ao volante!
Francamente!
Não é a primeira vez que eu ouço histórias de mulheres que dirigiam mal na frente do pai. Perto da mãe, junto das amigas era tudo flores, mas quando a figura paterna entrava e se assentava no banco do passageiro, com aquele olhar de "você vai errar", era batata! A pobre coitada assassinava o Código de Trânsito Brasileiro, furava o semáforo, subia na guia, deixava o carro morrer, quase batia o carro, entre outras catástrofes que acontecem, eu disse acontecem quando estamos dirigindo na companhia de nosso querido pai.
Minha professora de CFC contou que pra piorar a situação o pai dela era instrutor de trânsito, e que quando estava sem ele, ela até que dirigia bem, mas quando o pai entrava no carro, ela cometia barberagens homéricas, como quase entrar dentro de uma agência bancária com o carro!
Quando eu ouvia essas histórias, eu até pensava que poderia ser generalização, e eu detesto generalização.
Quando comecei a dirigir, meu pai foi muito paciente. Não tinha do que me queixar.
Hoje eu percebi que não é lenda urbana, é a mais pura verdade!
Eu tenho carta de motorista, aliás, permissão para dirigir há dois meses e nunca fiz grandes barberagens. Sempre tive cautela, nunca subi numa guia, nem sai cantando pneu no meio da rua.
Hoje eu fui com o meu pai buscar o meu irmão, e a cara de "poucos amigos" que o meu fez quando pedi pra ir dirigindo já me deu uma prévia do que aconteceria.
Fui conversando com ele, tentando quebrar o gelo, mas ele era irredutível, parecia um instrutor careta e velho ensinando uma patricinha desligada a dirigir. Me falava de tudo que eu tinha que fazer, coisas que eu já sabia, mas ele enfatizava e sua voz soava um grande desconforto.
Daí só pra pior. Gritou comigo, mexeu no volante porque ele achou que eu fosse bater o carro, enfim...
Eu não estou aqui pra crucificar meu pai, eu só estou aqui concretizando a minha teoria.
Nós mulheres, nós sabemos dirigir sim! Mas o que nos faz tremer na frente do volante são as vozes graves de nossos pais, irmãos, namorados, maridos, que tem a plena convicção que sem os gritos deles só iremos fazer uma bela duma cagada no trânsito!
Eles tem que gritar!
Mas será que eles já experimentaram ficar quietos e observar o resultado?
Então, homens que estão lendo esse texto, não gritem com suas filhas, suas mulheres, suas qualquer-coisa que estiverem ao volante! Um grito de vocês pode trazer um belo medo de dirigir e até mesmo anos de terapia para nós, pobres mulheres injustiçadas no trânsito, só porque somos MULHERES!
E tenho dito!